Intervenção de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Sobre os jogos em linha no mercado interno

Como se refere neste relatório, no pico da crise financeira, em Setembro de 2008, as autoridades competentes de vários Estados-Membros da UE e de outros países, tais como os EUA e o Japão, adoptaram medidas de emergência para restringir ou proibir as vendas a descoberto de alguns ou de todos os valores mobiliários, com preocupações de que, num período de considerável instabilidade financeira, as vendas a descoberto pudessem agravar o círculo vicioso de redução dos preços das acções, nomeadamente das acções de instituições financeiras, de uma forma que poderia, em última instância, ameaçar a sua viabilidade e criar riscos sistémicos.

Mas, na União Europeia, os Estados-Membros tomaram medidas diferenciadas, com base na ausência de medidas de regulação comuns. Só agora, dois anos depois, são tomadas algumas medidas, embora muito insuficientes, visando harmonizar as regras das vendas a descoberto e determinados aspectos dos swaps de risco de incumprimento, obrigando a notificações em casos devidamente tipificados, o que poderá contribuir para diminuir alguma especulação, sobretudo com a dívida soberana.

Lamentavelmente só entrarão em vigor em 2012. Lamento também que se afirme que "embora em determinadas situações possam ter efeitos negativos, em condições normais de mercado as vendas a descoberto desempenham um importante papel de garantes do funcionamento adequado dos mercados financeiros".

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