Condenamos as violações dos direitos das mulheres, ocorram estas no Irão ou em qualquer outro país do Médio Oriente, da Europa ou do mundo.
Somos solidários com as lutas pelo respeito e cumprimento dos direitos das mulheres – dos seus direitos sociais, económicos, políticos, culturais ou específicos –, tenham estas lugar no Irão, nos Estados Unidos da América, em Portugal ou noutro qualquer país do mundo.
Consideramos que devem ser realizadas as necessárias investigações para o cabal apuramento dos factos e dos responsáveis pelo envenenamento de alunas do ensino secundário no Irão.
No entanto, rejeitamos e denunciamos a invocação e instrumentalização dos direitos das mulheres, ou em geral dos direitos humanos, para que, a seu pretexto, sejam promovidas operações de desestabilização e políticas de confrontação no plano das relações internacionais, com tão trágicas consequências, nomeadamente no Médio Oriente.
Uma invocação tão mais cínica quando protagonizada por aqueles – os EUA, a NATO ou a UE – que, proclamando pelo respeito dos direitos humanos, promovem uma política de permanente desestabilização, incluindo através da imposição de sanções que atentam contra os direitos do povo iraniano, que é responsável por brutais guerras Médio Oriente – como no Iraque, na Líbia ou na Síria – que semearam a morte e a destruição.