Diz-se que assistir a um crime e não fazer nada é ser-se cúmplice. Mas o que se poderá chamar a esta postura da maioria do Parlamento Europeu que perante a atitude racista e genocida de Israel pede, no primeiro ponto desta resolução, para ser colocado um ponto final nos “ataques com rockets contra Israel a partir de Gaza”? O que se poderá chamar ao branquear da agressão de um dos exércitos mais bem armados e treinados do mundo contra os palestinianos indefesos, assassinando centenas de pessoas estejam elas onde estiverem, homens, mulheres e crianças - ninguém escapa - e destruindo infra-estruturas, já de si precárias em resultado da criminosa ocupação israelita, incluindo hospitais e centrais de abastecimento de água? O que se poderá chamar a quem manipula a realidade, transformando uma vez mais o agressor em vítima, inocentando aqueles que têm mantido centenas de milhares de palestinianos num sistema de isolamento, cerco e guetização, nomeadamente em Gaza, onde a carência das necessidades mais básicas à vida humana aumenta a cada minuto perante este brutal ataque israelita? O que se poderá chamar ao evidente desprezo pelas vidas humanas dos palestinianos que a maioria do parlamento revela com esta falsa equidistância, com uma neutralidade que esconde apoio e conivência com Israel?