Foi concretizada recentemente a centralização do serviço de farmácia do CHULC no Hospital Curry Cabral. Este tipo de medidas, em particular num centro hospitalar de grande dimensão, dispersão, número de utentes e de trabalhadores, tem um forte impacto no funcionamento dos serviços e no atendimento à população.

Esta concentração, visando a redução de recursos humanos num serviço que é da maior importância, não corresponde às necessidades de acessibilidade dos utentes e não respeita a inserção e os direitos profissionais dos seus trabalhadores.

No caso em concreto a medida tem levado a alterações abruptas nas escalas de trabalho, colocando trabalhadores de outros hospitais no serviço do Hospital Curry Cabral. Mais grave ainda, esta medida causa fortes perturbações no atendimento aos utentes, obrigando à sua deslocação para receber a medicação que lhes é destinada a um hospital diferente daquele em que são seguidos. Nalguns casos os utentes têm de se deslocar para levantar a medicação no Hospital Curry Cabral para depois voltarem ao seu hospital de origem a fim de que lhes seja aí administrada.

Não é aceitável a justificação de que se trata de uma preparação antecipada para a integração no futuro Hospital Oriental de Lisboa, que evidentemente está ainda distante e não justifica este tipo de medidas de caráter economicista.

Ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, solicitamos ao Governo que por intermédio do Ministério da Saúde, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:

1. Que motivos levaram à centralização deste serviço no Hosp. Curry Cabral?

2. Foram os trabalhadores informados atempadamente desta decisão?

3. Foram os trabalhadores informados dos motivos que presidiram a esta decisão?

4. Foram os utentes atempadamente informados desta decisão?

5. Que benefícios esta medida traz para os utentes?