Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Sobre a eleição de Barroso

 

As orientações políticas para o próximo mandato da Comissão, agora apresentadas, são elucidativas quanto à intenção do seu presidente de prosseguir os eixos essenciais das orientações levadas a cabo no mandato que agora cessa.

Orientações que estão na raiz da profunda crise económica e social que atravessamos e cujas dramáticas consequências - desemprego, desigualdade, pobreza e exclusão - se abateram impiedosamente sobre os trabalhadores e os povos europeus.

Em Portugal, as consequências da implementação das políticas viabilizadas por essas orientações foram a destruição ou franca debilitação de sectores produtivos essenciais - agricultura, pescas e indústria; o ataque aos direitos dos trabalhadores, a desvalorização dos salários e o correlativo aumento do desemprego e trabalho precário; a desigualdade na repartição dos rendimentos, a divergência face à média da UE.
 
É hoje evidente a falência das políticas de desregulamentação, liberalização e privatização de sectores fundamentais, desmantelando serviços públicos e mercantilizando aspectos essenciais da nossa existência colectiva.

Insistir nestas orientações é insistir na concentração de riqueza, na divergência em lugar da convergência, é antecipar novas e pesadas erupções duma crise sistémica latente, num futuro mais próximo que longínquo.

  • União Europeia
  • Declarações de Voto
  • Parlamento Europeu