Associamo-nos aqueles que consideram esta epidemia, que ameaça assumirem proporções pandémicas como uma das mais importantes ameaças sanitárias atuais em termos de saúde pública. Digo ameaças sanitárias, porque na realidade e sem menosprezar este fenómeno preocupante, as guerras imperialistas alimentadas pelos complexos industriais militares das potências capitalistas associadas às políticas de austeridade continuam de longe a representar os maiores flagelos sociais da atualidade.
Esta febre hemorrágica, causada pelo vírus de Ébola, que já matou cerca de 2400 pessoas, sobretudo no continente africano, segundo dados da OMS, está neste momento fora de controlo. Os países mais atingidos, Serra Leoa, Congo, Libéria, Guiné e Nigéria.
São países que sofreram durante anos o jugo colonial, seguido depois do jugo imperialista. São Países onde o FMI com as suas receitas neoliberais e os seus empréstimos ruinosos, que não possuem neste momento de condições eficazes para fazer face a esta epidemia.
São necessários fundos, mas é necessária igualmente uma estratégia global e concertada, num mundo onde a mobilidade de pessoas e animais nos coloca novos desafios.
A UE e os Estados Unidos, em nome de uma dívida do passado, têm obrigação moral de contribuir para um eficaz plano de controlo da doença. Deve igualmente fazê-lo em nome da saúde dos europeus, tendo em conta os potenciais riscos de contágios existentes.
Termino, sem deixar de registar a forma como a comunidade internacional tem reagido perante este surto. Os Estados Unidos já anunciaram o envio de 3000 militares para o terreno. Bem diferente, a Republica socialista de Cuba, cujo património de intervenção solidária deste tipo é por demais conhecido em todo o mundo, vai enviar 65 médicos e 103 enfermeiros. Estes já partiram e começarão a trabalhar na Serra Leo nos primeiros dias de Outubro.
Fica o registo.