Sr. Presidente,
Sr.as e Srs. Deputados,
O dia 24 de março de 1962 assinala um marco histórico na luta dos estudantes portugueses contra o fascismo e pela liberdade, pelo direito de reunião e de associação, pela autonomia da universidade e a democratização do ensino.
Durante meses, através de grandes plenários, concentrações, manifestações e greves, os estudantes enfrentaram corajosamente proibições, encerramento de associações e instalações académicas, cargas policiais, prisões em massa, processos disciplinares, expulsões e todo um arsenal de violência e repressão fascista, em jornadas memoráveis que contribuíram fortemente para desmascarar, isolar e enfraquecer o fascismo.
A crise académica de 1962 inscreve-se numa longa tradição de luta estudantil que impôs a existência legal das associações de estudantes e que se afirmou como uma importante componente do movimento popular que conduziu à Revolução de Abril.
Cumprem-se, em 2017, a 24 de março, 30 anos do reconhecimento e consagração pela Assembleia da República do Dia do Estudante, data que continua a fazer todo o sentido ser comemorada, assinalando não só os acontecimentos de 1962, mas, também, todo o património de luta dos estudantes portugueses ao longo dos anos.
Trata-se de lutas que se fazem hoje, também, em vários pontos do País, por parte dos estudantes do ensino básico e secundário e do ensino superior.
A atualidade da luta estudantil em defesa da liberdade, do direito ao acesso à educação e aos mais elevados graus de ensino, por melhores condições nas escolas, por mais ação social escolar, pela participação democrática, tem de ser encarada como um fator de progresso e de desenvolvimento do nosso País.
E é por isso que o PCP propõe este voto dizendo que a Assembleia da República, reunida em Plenário, precisamente hoje, dia 24 de março, Dia do Estudante, saúda toda a comunidade estudantil e congratula-se pela comemoração deste Dia do Estudante.