Face às declarações hoje produzidas pelo Ministro da Agricultura, designadamente através de uma notícia de «A Capital», em resposta às posições ontem assumidas pelo PCP em conferência de imprensa, o Gabinete de Imprensa do PCP considera indispensável assinalar:
1. Ao contrário do que atrevidamente afirma o Ministro da Agricultura, o PCP percebe o que lê. Ao contrário do que especula o Ministro da Agricultura, o PCP não baseou a sua tomada de posição na leitura do chamado «compromisso da presidência» mas sim na leitura do documento das conclusões da sessão do Conselho de Ministros da Agricultura (Documento 9145/96, Press 211-G).
O que o PCP não é obrigado a adivinhar são as declarações ou compromissos orais que o próprio Ministro não referiu quando divulgou os resultados da reunião e da negociação.
2. De qualquer forma, o que está no documento de conclusões é que «nenhuma modificação nos níveis iniciais das quotas será feita até ao terceiro ano». E nesse documento o que consta não é nenhum aumento futuro efectivo de quota de tomate mas a previsão da «possibilidade de um aumento de 5% da quota portuguesa de tomate transformado». Ao Ministro da Agricultura o dever de esclarecer se o compromisso oral a que alude substitui estas formulações.
3. Finalmente, é de registar que o Ministro da Agricultura continua apenas a centrar as suas declarações na questão do tomate, não respondendo a nenhuma da críticas, detalhadas e fundamentadas, feitas pelo PCP quanto à reforma da Organização Comum das Frutas e Legumes, indiscutivelmente a matéria mais importante e de mais negativas consequências para Portugal que esteve em discussão no Conselho de Ministros da Agricultura da União Europeia.