Peter Praet, membro do conselho executivo do BCE, esteve recentemente em Portugal onde se desdobrou em declarações à Comunicação Social onde faz uma avaliação política das medidas tomadas recentemente pelo Governo Português, governo este eleito democraticamente pelo povo português.
Manifesta dúvidas sobre o rumo da consolidação orçamental portuguesa e pede na prática a continuidade das políticas seguidas nos últimos quatro cujo fracasso está neste momento claramente confirmado.
Mas vai mais longe, para além de questionar a redução do horário de trabalho para as 35 horas, advoga a necessidade de consolidação do sistema bancário com a sua internacionalização. Chega inclusivamente a fazer ameaças veladas com a subida das taxas de juro, como se estas não fossem completamente manipuladas pelo BCE
Estas declarações são intoleráveis e demonstram que o BCE excede há muito o seu mandato. É tempo de desmascarar esta falsa ideia de termos um banco central neutro ao serviço da Economia. O BCE representa hoje um instrumento ao serviço dos grandes grupos económicos e financeiros, promovendo políticas neoliberais e passando por cima da vontade soberana dos Estados Nacionais.