Nós acabamos de tomar conhecimento da data das eleições marcadas pelo Presidente da República para o dia 30 de Janeiro do próximo ano e que nos parece que é uma data incompreensivelmente tardia e que entra em contradição aliás com declarações constantes da própria declaração do Presidente da República de que deveria haver uma clarificação da situação do país o mais rapidamente possível.
O que vai ser decidido nestas eleições são questões de extrema importância para o futuro próximo do país em matéria do que os os portugueses pretendem em matéria de salários, em matéria de serviços públicos, em matéria de políticas que venham ao encontro à resolução daqueles que são os grandes problemas nacionais, não podem esperar. Daí que não se compreende que as eleições não sejam marcadas para o mais curto prazo possível - o que aliás corresponderia à data que foi proposta pela quase totalidade dos partidos - e portanto o senhor Presidente da República ao decidir protelar até ao fim de Janeiro a data da realização das eleições. Dá ideia que está a pôr à frente dos interesses nacionais conveniências de candidaturas à liderança dos partidos da direita e portanto não nos parece que seja um bom serviço ao país que haja este adiamento da realização das eleições quando elas podiam ser perfeitamente realizadas mais cedo. Como aliás já tivemos várias eleições, designadamente para a Presidência da República, que ocorreram próximo do dia 20/21 de Janeiro. Portanto seria perfeitamente possível e adequado que as eleições tivessem lugar ou no dia 16 ou no dia 23 de Janeiro. Parece-nos que protelar para o dia dia 30 é adiar a clarificação da situação política nacional e com isso adiar a resolução dos problemas com que o país efectivamente se debate em nome de facto de conveniências de - não direi dos partidos - mas de candidaturas a lideranças partidárias.