O anúncio do «Eurogrupo» da disponibilidade para empréstimos bilaterais à Grécia (numa solução mista que envolve o FMI) revela mais uma vez que a situação de profunda crise está longe de estar ultrapassada. Esta decisão, pelo processo que a precedeu tenta sobretudo salvaguardar - ou mesmo aprofundar - o Euro e a União Económica e Monetária como instrumentos centrais do domínio económico do grande capital e das grandes potências na União Europeia. Para o PCP, mais importante do que este anúncio são as políticas que lhe estão associadas. O que está em marcha não é uma política de solidariedade para com a Grécia, mas um apoio ao grande capital e o aprofundamento das receitas anti-sociais – cortes nos salários, privatizações, desmantelamento dos serviços públicos, cortes nas despesas sociais. Medidas contrárias aos interesses dos trabalhadores e dos povos e à soberania dos Estados. O que se impõe não são políticas que aprofundem as causas da actual crise, mas o fim dos critérios impostos pelo BCE e do espartilho colocado às economias nacionais e o desenvolvimento de uma efectiva linha de cooperação e solidariedade que promova os direitos laborais e sociais, defenda os serviços públicos, combata a exploração, aposte no apoio à produção, combata a financeirização da economia, a especulação financeira e a corrupção. Política esta, incompatível com as orientações da União Europeia e os princípios da União Económica e Monetária.