Relativamente aos dados da execução orçamental disponibilizados pelo Governo, referentes ao mês de Julho, há a salientar dois aspectos. Em primeiro lugar, a despesa baixou relativamente ao mês homólogo acumulado. Mas esta descida na despesa foi feita essencialmente à custa dos cortes nos salários, nas pensões e nos apoios sociais às famílias e aos desempregados. Ou seja, a redução da despesa foi feita à custa dos trabalhadores e das famílias.
Por outro lado, a receita aumentou. Mas aumentou menos do que estava previsto na execução orçamental. Efectivamente, o Orçamento de Estado previa um aumento de 6,7%, enquanto o aumento registado foi de apenas 4,4%. Esta desaceleração na evolução da receita é a consequência natural das políticas recessivas levadas a cabo pelo anterior governo do PS, assim como pelo actual governo do PSD/CDS.
Estes dados da execução orçamental dão razão aquilo que o PCP vem há muito tempo afirmando: não é com políticas recessivas que se atinge o equilíbrio das contas públicas, mas sim com o crescimento económico, com o apoio à produção nacional, com o investimento público e com a valorização dos salários, das pensões e dos rendimentos das famílias.