É grave a situação que se vive. É notória a falta de solidariedade dos líderes da União Europeia, com destaque para a Alemanha, no acordo relativamente à situação na Grécia. Trata-se sobretudo de um controlo político do país, acompanhado da imposição de um retrocesso social de décadas, pondo em causa todos os princípios, que sempre proclamaram, de coesão económica e social, de convergência, de solidariedade e do chamado modelo social europeu.
Como a luta dos trabalhadores e das camadas populares na Grécia bem demonstram, é inadmissível exigir do Governo da Grécia que ponha em causa os direitos fundamentais. Esta imposição surge como a contrapartida para um empréstimo a uma taxa de juro que é mais elevada do que a do próprio FMI. Parece que para os líderes da zona euro não há limites. Ganharam com a fragilidade da Grécia e, agora, impõem a sua posição imperial de domínio absoluto da sua política interna, em troca de um empréstimo onde ainda ganharão com os juros.
É preciso que alterem esta decisão na próxima Cimeira. Devem optar por um apoio a fundo perdido, vindo do orçamento comunitário, a título excepcional, ou por conta de financiamentos de futuros orçamentos comunitários. Impõe-se que os países mais ricos da zona euro assumam, por uma vez, o princípio da coesão económica e social.