Sem prejuízo de uma apreciação mais aprofundada, o Programa mantém a intenção de prosseguir as mesmas opções seguidas anteriormente, o que significa a insistência na recusa da resposta necessária aos problemas estruturais do País e que diariamente atingem o povo, como as desigualdades e as injustiças sociais, a dependência externa, a falta de aposta na produção nacional.
O Governo não assume compromisso com a resposta necessária aos trabalhadores e aos reformados afetados pelo aumento do custo de vida, pelos baixos salários e pensões, pela precariedade, pela falta de consultas, de cirurgias ou de habitação.
No que diz respeito ao aproveitamento da guerra e das sanções, utilizadas como pretexto pelos grupos económicos para acumularem milhões de euros de lucros, à custa do empobrecimento dos trabalhadores e do povo, o Governo recusa defender os trabalhadores e o povo desse aproveitamento, remetendo a resposta para decisões da União Europeia, o que constitui mais uma vez uma posição de desresponsabilização e aceitação de imposições externas prejudiciais ao povo e ao País.
A actual situação económica e social do País exige a política alternativa que o PCP continuará a afirmar, exige uma firme e determinada intervenção do Governo para aumentar os salários e as pensões, exige o controlo e fixação de preços da energia e dos combustíveis, exige medidas para contratar e fixar profissionais de saúde no SNS; a aposta na produção nacional, na agricultura, nas pescas, na indústria, o controlo público de setores estratégicos da economia. A actual situação exige soluções que não se vislumbram no Programa do Governo.