Os acontecimentos que se estão a desenrolar no quadro do conflito israelo-palestiniano são resultado de décadas de ocupação e desrespeito sistemático por parte de Israel do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente, da permanente violação de todas as resoluções da ONU e acordos internacionais sobre a questão da Palestina, da inexistência desde há muitos anos de um real processo político com vista à resolução do conflito no respeito pelos inalienáveis direitos nacionais do povo palestiniano.
Acontecimentos inseparáveis da escalada na política de ocupação, opressão e provocação levada a cabo pelo governo de extrema-direita de Netanyahu e por colonos israelitas, que não só é responsável pelo agravamento da situação, como está a conduzir ao incremento da confrontação no Médio Oriente.
Quem permitiu que todos os acordos e resoluções ficassem por cumprir e fossem violados, quem inviabilizou toda e qualquer perspectiva de solução política para o conflito, quem foi conivente com a ocupação e opressão, a expansão dos colonatos, o bloqueio à Faixa de Gaza, a prisão de milhares de presos políticos palestinianos nas prisões israelitas, quem tolerou os crimes de Israel e a sua escalada pelo actual governo de extrema-direita, e só encontrou palavras de condenação para a resistência palestiniana, tem hoje perante si as consequências da sua política.
A responsabilidade pelo que se está a passar deve ser encontrada naqueles que nunca procuraram realmente a paz no Médio Oriente, no respeito pelos direitos dos povos.
Expressando a sua preocupação e inquietação com a escalada do conflito, em particular com as suas trágicas consequências para as populações, o PCP alerta para o perigo do seu alastramento, numa região já martirizada por décadas de ocupação, guerra e subversão por parte dos Estados Unidos da América, de Israel, das potências da NATO e da UE – seja no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, no Líbano, na Palestina ou na Síria, entre outros exemplos –, que espalharam a morte e a destruição e geraram milhões de refugiados.
Quando há décadas estão por cumprir as resoluções da ONU que prevêem a criação de dois Estados, o PCP reafirma a necessidade de uma solução política que garanta a concretização do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental, e a efectivação do direito ao retorno dos refugiados, conforme as resoluções pertinentes da ONU.