A realidade no mundo Árabe mostra que importantes movimentos de trabalhadores e cidadãos clamam por melhores condições de vida naqueles países e insurgem-se contra as injustiças, o desemprego e a corrupção, exigindo mais democracia e direitos.
A resolução hoje aprovada neste Parlamento está marcada pela política de dois pesos e duas medidas da União Europeia. Por um lado, invocam a "protecção de civis" quando é necessário justificar mais guerras de agressão contra Países soberanos, como é o caso da entrada ilegítima da NATO e seus aliados na Líbia, dos bombardeamentos aéreos, ou do desenvolvimento de abertas acções de ingerência externa na Síria.
No entanto, por outro lado, enaltecem as reformas em Marrocos, silenciando que este país ocupa ilegalmente o Sahara Ocidental desde a década de 70. Regista-se ainda, nesta lógica, o silêncio absoluto sobre a situação de agressão constante vivida na Palestina e desencadeada por Israel.
É inaceitável que o Parlamento continue a adoptar uma posição de ingerência externa para com alguns países e de consentimento para com as intervenções militares, não adoptando posições políticas fortes que conduzam a uma resolução pacífica dos conflitos.
Por estas razões votámos contra.