Declaração de voto de Sandra Pereira no Parlamento Europeu

Situação Humanitária no Tigray

A crise política e militar na Etiópia está a ter consequências humanitárias dramáticas, com milhares de mortos e deslocados, com a escalada do aumento da pobreza e da privação extrema, ou com repetidos ataques à integridade física e moral das populações. A resolução expõe esse quadro dramático.

Mas não se livra das receitas de ingerência e de tutoria neocolonial que fazem parte da política da UE para com África, juntando as suas propostas às acções já tomadas pelos EUA, que aposta em sanções sobre os intervenientes no conflito, que só irão acrescentar mais instabilidade e miséria à realidade do Tigray.

Não podemos analisar esta situação sem compreender a importância geopolítica da região do Corno de África onde a Etiópia se insere. A acção da UE não está, pois, desligada das dinâmicas do imperialismo que procura assegurar a sua hegemonia regional e, com isso, controlar importantes rotas comerciais e o acesso a recursos.

Nem que para isso tenha que castigar povos cujos governos não sejam totalmente colaborantes. É essencial que se cumpram as diligências da ONU relativamente ao Tigray, e que o governo federal etíope, o governo da Eritreia e a Frente Popular de Libertação do Tigray possam resolver as suas questões, sem ingerência e no respeito pelo direito internacional.

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