Em carta hoje entregue na Presidência da República, e invocando «a gravidade da situação no Médio Oriente e a situação alarmante em que se encontra o Presidente Yasser Arafat», o Secretário-Geral do PCP apelou ao Presidente da República para que «exerça a sua legítima influência para que Portugal faça ouvir a sua voz na União Europeia e na ONU exigindo que o governo israelita levante imediatamente o cerco ao Presidente da Autoridade Palestiniana, Yasser Arafat, garantindo a sua segurança e a sua livre circulação».
Por outro lado, em carta também hoje dirigida ao Primeiro-Ministro, Carlos Carvalhas, chamando igualmente a atenção para a «dramática situação em Ramallah» e para «o facto de um alto responsável israelita ter anunciado que o cerco ao Quartel-General da Autoridade Palestiniana se destina a forçar Arafat ao exílio», Carlos Carvalhas reclamou uma «intervenção de urgência» do governo português «junto da União Europeia e da ONU».
Nesta carta ao Primeiro-Ministro, o Secretário-geral do PCP considera «intolerável o comportamento do primeiro-ministro de Israel e do seu governo que, violando todas as regras internacionais e não acatando as Resoluções do Conselho de Segurança da ONU, se acha no direito de atacar Yasser Arafat, matando soldados que o acompanham, demolindo metodicamente a sua residência e privando-o do que é indispensável à sua vida e ao exercício das funções que, com pleno reconhecimento internacional, lhe foram democraticamente confiadas pelo povo palestiniano».
O Secretário-geral do PCP sublinha ainda que «os pretextos invocados pelo governo israelita são tanto mais inaceitáveis quanto é conhecido da opinião pública que a Autoridade Palestiniana se tem empenhado para que se regresse às negociações e condenou claramente os recentes atentados do Hamas».