O comércio, em abstracto, pode ser um instrumento de apoio ao desenvolvimento, ao crescimento económico e à criação de emprego.
Mas pode inversamente, no caso do comércio livre e desregulado, ser um factor de destruição de emprego, de atraso económico e social, de destruição ambiental.
A ambição de abertura do grande mercado do Mercosul à concorrência mundial, pese embora algumas contradições, nunca foi escondida pelos grandes grupos económicos europeus e pelos seus representantes e defensores no plano político e institucional.
Exasperam-se com o que chamam o proteccionismo de alguns países da região.
Estão pouco habituados a lidar com governos que não abdicam da sua soberania e independência. Governos que defendem os interesses dos seus povos, não os subjugando aos interesses do capital.
Estes países estão hoje a corrigir as políticas neoliberais que os levaram ao desastre económico e social - as mesmas que os senhores estão a impor na Europa, com os resultados conhecidos.
De um lado, o "proteccionismo" aos ricos e poderosos. Dou outro, a defesa soberana dos interesses dos povos e do seu direito ao desenvolvimento. Não há compromisso possível neste confronto.