Expressamos o nosso profundo pesar pelas vítimas do ciclone ocorrido
nos passados dias 2 e 3 de Maio que atingiu várias regiões de Mianmar
(Birmânia).
Sem dúvida, consideramos que deverão ser desenvolvidos todos os
esforços diplomáticos, nomeadamente no quadro das Agências da ONU, para
prestar o urgente socorro e apoio às vítimas, procurar minimizar o
número de vítimas mortais, dar resposta aos problemas com que se
confrontam as populações e dar inicio às actividades de reconstrução
das inúmeras infra-estruturas destruídas, em cooperação com as
autoridades birmanesas, aliás como a resolução sublinha.
No entanto discordamos de iniciativas que, com base na denominada
"ingerência humanitária", não deixarão de dificultar e colocar em causa
os esforços actualmente empreendidos pelas Agências da ONU, pela ASEAN
e diversos países da região para o encontrar de soluções que ajudem a
ultrapassar actuais obstáculos e a minorar o sofrimento das populações
atingidas.
Iniciativas que, instrumentalizando de forma inaceitável a situação
dramática de milhares e milhares de seres humanos, visam, em primeiro
lugar, usar a catástrofe humanitária para fins políticos e como uma
oportunidade para alcançar objectivos geoestratégicos, comprometendo,
afinal, a premente ajuda humanitária que tanto dizem urgente e
necessária. No fundo, promovendo situações que poderão acrescentar à
tragédia natural, a tragédia da guerra...