A FITOR, Companhia Portuguesa de Têxteis, SA, notificou 51 dos seus trabalhadores, das secções de texturização e torcedura (35 trabalhadores), do laboratório, matérias-primas e planeamento (5 trabalhadores) e ainda 11 trabalhadores de diversos sectores da manutenção, da intenção de proceder ao despedimento colectivo, por necessidade de encerramento das respectivas secções.
Para tal invoca a situação económica e financeira da empresa e razões estruturais e de mercado, que afectam particularmente aqueles sectores.
Entretanto, segundo a Comissão de Trabalhadores, há pelo menos três trabalhadores indiciados na lista de despedimento que não podem ser abrangidos por tais justificações, pois não trabalham nesses ou para esses sectores.
Estranhamente também, nos últimos tempos a FITOR tem trabalhado para uma empresa entretanto criada, que, ao que se conhece tem tido um bom desempenho.
Com mais este despedimento, a região do Vale do Ave prossegue um caminho de aumento vertiginoso do desemprego, atirando trabalhadores, alguns com mais de três dezenas de anos de trabalho nesta empresa, para uma situação de incerteza e de falta de perspectivas. Só no concelho de V N de Famalicão, o número de desempregados é de cerca de 11mil trabalhadores!
Assim, ao abrigo das disposições legais e regimentais em vigor, solicito ao Governo que, através do Ministério da Economia e do Emprego, me preste os seguintes esclarecimentos:
1.Que conhecimento tem o Governo desta situação? Solicitava uma informação da ACT sobre as razões alegadas pela Empresas para os despedimentos anunciados;
2. Foram atribuídos alguns apoios nacionais ou comunitários à FITOR nos últimos 5 anos?
Solicitava uma informação sobre os montantes atribuídos, o objectivo dos projectos apoiados e a avaliação da sua execução;
3.Que medidas vai o Governo tomar para garantir os postos de trabalho e a defesa dos direitos destes trabalhadores?
Pergunta ao Governo N.º 3919/XII/1
Situação social na FITOR, Avidos, Vila Nova de Famalicão
