Intervenção de Francisco Lopes, membro do Secretariado e da Comissão Política do Comité Central, Encontro Nacional do PCP - «A situação nacional, as eleições para o Parlamento Europeu e a luta por uma política patriótica e de esquerda»

A situação social, a luta de massas e o voto na CDU como forma de luta

A situação social, a luta de massas e o voto na CDU como forma de luta

Camaradas
Este tempo de agravamento da exploração e empobrecimento, em confronto com a Constituição da República Portuguesa, gerado pela política de direita, acentuado pelos PEC e pelo Pacto de Agressão, que o grande capital, os seus representantes políticos e as instituições que controla querem continuar, está profundamente marcado na realidade do nosso País, nas condições de vida dos trabalhadores e do povo, nos lucros e no colossal saque dos recursos nacionais ao serviço do capital monopolista. E não há propaganda que consiga disfarçar que a continuação deste rumo significa a negra perspectiva de trabalhadores cada vez mais explorados, de um povo em empobrecimento, dum País sem futuro, duma pátria destruída.
As doses massivas de demagogia e promessas enganosas confrontam-se com a realidade e o objectivo de aplicar mais e mais medidas. O Governo aí esta na sua acção iniqua: a tentar que os cortes nos salários e nas pensões, nos apoios sociais que apresentaram como temporários passem a definitivos; a procurar fazer mais alterações para pior ao Código do Trabalho procurando facilitar os despedimentos sem justa causa e fragilizar ainda mais a contratação colectiva; a agravar a legislação de trabalho da Administração Pública; a atacar os reformados e pensionistas e o direito à reforma; a promover ainda mais a precariedade e a redução dos salários; a prosseguir a destruição dos serviços públicos e das funções sociais do Estado. O Governo aí está a estabelecer mais privatizações, a favorecer sempre o grande capital.
Não há demagogia e encenação do Governo PSD/CDS-PP, ou do PS, que com os partidos do Governo assume a responsabilidade da política de direita e da subscrição do Pacto de Agressão, que possam esconder a necessidade e a urgência da ruptura com a política de direita, duma alternativa patriótica e de esquerda. Uma alternativa que tem como um dos eixos essenciais o combate à exploração, a valorização do trabalho e dos trabalhadores.
Camaradas
O Partido Comunista Português, a grande força da resistência e da alternativa, age a todos os níveis contra a política de desastre nacional, apresenta e bate-se por uma política alternativa e assume o seu papel de vanguarda impulsionando a luta dos trabalhadores e do povo, o elemento decisivo na resistência, na ruptura e na alternativa.
Uma luta de massas intensa e alargada que se desenvolve. Uma luta com notáveis exemplos de determinação e coragem, com resultados e objectivos concretizados. A luta vitoriosa em muitos locais contra o aproveitamento pelo capital das alterações do código do trabalho, em defesa dos direitos constantes na contratação colectiva, a luta vitoriosa contra despedimentos arbitrários impondo a sua anulação e a readmissão dos trabalhadores, a luta que tem conseguido passar trabalhadores com vínculo precário a vínculo efectivo, a luta por aumentos de salários, a luta contra a desregulação dos horários de trabalho e pela defesa ou reposição das 35 horas na Administração Pública. Uma luta que tem condicionado a ofensiva e lhe tem imposto significativas derrotas, nomeadamente pelas condições que criou para decisões do Tribunal Constitucional favoráveis aos trabalhadores em matérias importantes.
A luta é o caminho. Mais uma vez está nas mãos dos trabalhadores e do povo, a defesa dos seus interesses e direitos, a ruptura e a mudança indispensáveis na política nacional.
Por tudo isto, em articulação com o reforço do Partido, da sua organização e acção nas empresas e locais de trabalho e as várias vertentes da sua intervenção, o fortalecimento do movimento sindical unitário, das organizações e movimentos de massas e a intensificação da luta de massas constituem, no seguimento deste encontro, importantes tarefas dos comunistas.
Luta nas empresas, nas ruas, em torno de cada problema e reivindicação.
Luta nas acções convocadas da CGTP-IN na próxima quinta-feira 27 de Fevereiro em Lisboa e no Porto e na semana de 8 a 15 de Março.
Lutas dos profissionais das forças de segurança e dos militares.
Luta na grande manifestação convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública para Lisboa no dia 14 de Março.
Luta no 8 de Março dia internacional da mulher e no 28 de Março dia da juventude.
Luta em 12 de Abril em Lisboa e em outros locais do País na grande marcha dos reformados e pensionistas em preparação pela Confederação Nacional de Reformados, o MURPI.
Luta nas comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril e no 1º de Maio, dia internacional dos trabalhadores e dia maior no processo da revolução portuguesa.
Luta antes e depois de 25 de Maio e luta também no dia 25 de Maio.
Sim, é também disso que se trata. As eleições para o Parlamento Europeu, constituem mais uma grande jornada de luta dos trabalhadores e do povo português. Uma jornada em que cada um, com o voto na CDU, pode mostrar ao governo, à União Europeia, às troicas, o seu descontentamento e protesto, o seu inconformismo e indignação.
Em que cada um tem no voto na CDU o voto certo para eleger deputados ao Parlamento Europeu que não se submetem ao domínio e à indignidade dos desígnios da União Europeia, das grandes potência e do grande capital e defendem de forma corajosa, convicta e determinada os direitos dos trabalhadores e do povo português os interesses e o desenvolvimento do País.
Em que cada um tem na CDU o voto certo contra a exploração e o empobrecimento, contra o desemprego e a precariedade, contra o corte nos salários, nas pensões, nos apoios sociais e nos serviços públicos. O voto certo pela recuperação dos direitos roubados. O voto certo para derrota do Governo e da política de direita. O voto certo da exigência de todo um povo a um País soberano e desenvolvido, a uma vida melhor, a um Portugal com futuro.
Razões fortes para o voto na CDU, na coligação PCP/PEV. Razões que tornam importante apelar aos trabalhadores, aos desempregados, aos jovens, aos reformados e pensionistas, a todos aqueles que são atingidos pela política de direita, para que não se deixem enganar, para que não se deixem calar, para que no dia 25 de Maio façam ouvir a sua voz, com o seu voto na CDU.

Camaradas
As classes dominantes e os seus representantes políticos conhecem por experiência própria o que podem os trabalhadores e o povo com a sua organização, unidade e luta e por isso mesmo directa ou indirectamente promovem a pregação da resignação, do conformismo ou do radicalismo verbal e provocatório. Mas, como mostram momentos marcantes da nossa história, nada pode sobrepor-se, hoje ou no futuro, à força imensa, decisiva e invencível dos trabalhadores e do povo que acabará por determinar o futuro do País.
A força que acabará por derrotar o Governo e a política de direita e abrirá o caminho duma alternativa patriótica e de esquerda, da soberania e da independência nacional, duma democracia avançada com os valores e Abril no futuro de Portugal, tendo no horizonte a sociedade socialista.

Viva a luta dos trabalhadores
Viva a Coligação Democrática Unitária
Viva o Partido Comunista Português

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