O Grupo Parlamentar do PCP teve conhecimento através da União de Sindicatos de Setúbal da CGTP-IN, da situação dos trabalhadores da Delphi. A Delphi é uma empresa de capital norte-americano com várias unidades fabris no país. A unidade no Seixal tem 500 trabalhadores, dos quais 100 são temporários, ou seja, têm vínculos precários. São mão-de-obra barata e sem direitos.
Os ritmos de trabalho praticados nesta empresa são muito elevados, levando a que os trabalhadores, na sua maioria mulheres, tenham doenças profissionais músculo-esqueléticas. Acresce ainda o facto de os trabalhadores estarem sujeitos a temperaturas muito altas no Verão e muito baixas no Inverno, o que aumenta a probabilidade de ocorrência de acidentes de trabalho e agrava a predominância das doenças músculo-esqueléticas.
Nesta empresa só existe a pausa do pequeno-almoço e do almoço, tendo sido retirada a pausa do lanche. Após o período de pausas a empresa não permite a deslocação dos trabalhadores à casa de banho para as suas necessidades vitais, a não ser com a autorização das chefias, que muitas vezes recusam.
Os trabalhadores da Delphi são confrontados com imposições de grande desumanidade e que diariamente violam os seus direitos.
Ao abrigo do disposto na alínea d) do Artigo 156.º da Constituição da República Portuguesa e em aplicação da alínea d), do n.º 1 do artigo 4.º do Regimento da Assembleia da República, solicitamos ao Governo, que por intermédio Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:
1. Qual o acompanhamento da ACT em relação ao cumprimento dos direitos dos trabalhadores na Delphi?
2. Na sequência de acções de fiscalização já desenvolvidas, quais os seus resultados?
Pergunta ao Governo N.º 3868/XI/2
Situação dos Trabalhadores da Delphi no Concelho do Seixal, Distrito de Setúbal
