A campanha desencadeada a propósito da situação na Grécia, e que alguns procuram agora alargar a outros países, é inqualificável e reveladora dos reais objectivos dos seus principais protagonistas, onde se incluem a própria Comissão Europeia e algumas das principais potências económicas da UE.
As pressões exercidas sobre países como a Grécia, Portugal e Espanha, para que combatam os seus défices, não pode ser desligada dos interesses do capital financeiro especulativo e dos seus objectivos de disputa de terreno para o euro face ao dólar. São estes os interesses que se visam defender, mesmo que à custa dos interesses dos povos destes países.
Impõem-se algumas perguntas:
Que razões objectivas existem para termos obrigatoriamente de chegar a 2013 com défices inferiores a 3% (independentemente do que venha a ser a evolução do crescimento económico)?
Para que serve uma União Económica e Monetária que não exerce nenhuma prática de solidariedade e coesão?
Se o BCE empresta regularmente dinheiro aos bancos nacionais, a taxas mais baixas do que as dos mercados internacionais, porque não o pode fazer aos Governos?
Porque não se criam instrumentos que permitam aos países com mais dificuldades obter financiamentos a taxas mais baixas e mais próximas das obtidas pelos outros?