Pergunta ao Governo N.º 364/XII/2

Serviços de saúde no concelho de Moura

Serviços de saúde no concelho de Moura

Em visita esta semana ao Centro de Saúde de Moura, no distrito de Beja, conhecemos alguns problemas que necessitam de atenção e intervenção por parte da tutela.
O Centro de Saúde foi construído há dezena e meia de anos, teve desde o início problemas relacionados com deficiência na construção e que têm ao longo dos anos, contribuído para alguma degradação que exige manutenção. Por outro lado, o crescimento das respostas oferecidas pelo Centro de Saúde, como são exemplo a nutrição, psicologia, fisioterapia, faz com que as instalações existentes sejam exíguas e a necessidade de encontrar solução leve até à adaptação de espaços de estar, transformados em gabinetes de trabalho. A exiguidade do espaço não permite as condições, por exemplo, de sigilo que uma intervenção de saúde exige.
Em termos de equipamentos informáticos, podendo haver reforço dos mesmos, verdadeiramente preocupante é a falta de ligação à rede informática de duas extensões de Saúde, o que inibe a emissão de receitas eletrónicas assim como outros procedimentos tratados por aquela via.
Em termos de pessoal seria necessário o reforço do número de assistentes técnicos e de um motorista.
O Serviço de urgência que funciona junto daquele Centro de Saúde, estando indicado para instalação de um Serviço de Urgência Básica (SUB), ainda não o é. Nem em termos de pessoal ao serviço - por turno tem um médico, um enfermeiro, um assistente técnico e um assistente administrativo - nem na cobertura de serviço de RX que funciona apenas em período diurno até às 22 horas, durante os dias úteis, e cinco horas diárias ao fim de semana. E este serviço de RX ao fim de semana é feito sem recurso ao pagamento de horas extras, sendo os técnicos obrigados a cumprir uma hora a menos durante a semana, para realizarem cinco horas ao fim de semana.
Tendo em conta que estamos a entrar num período em que, por via de doenças sazonais, aumenta grandemente o afluxo às urgências, o reforço das equipas era bastante positivo.Foram-nos ainda relatadas preocupações no que concerne à aplicação das taxas moderadoras, que têm contribuído fortemente para o aumento da receita, mas, nomeadamente no acesso a serviços de enfermagem, têm condicionado os doentes na procura destes serviços.
Posto isto, e com base nos termos regimentais aplicáveis, vimos por este meio e com carácter de urgência, perguntar ao Governo, através do Ministério da Saúde, o seguinte:
1.O ministério conhece a exiguidade do espaço do Centro de Saúde de Moura e a necessidade de intervenções de manutenção?
2.Estão previstas intervenções de manutenção e adequação das infraestruturas às respostas que o Centro de Saúde oferece hoje em dia?
3.O ministério está a desenvolver iniciativas para que o acesso à rede informática esteja disponível em todas as Extensões de Saúde?
4.Qual o ponto da situação, quanto a esta matéria, na área da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo?
5. O ministério irá reforçar o pessoal nas áreas em carência?
6. Quando será instalado o SUB, nomeadamente a vertente de reforço de pessoal?
7.A forma de organização dos serviços de RX respeita os direitos dos trabalhadores e a legislação laboral?
8.Qual a evolução, durante este ano comparativamente ao ano passado, na procura de serviços de enfermagem? Existe relação entre a introdução de taxas moderadoras e uma eventual quebra da procura?

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