O Partido Comunista do Brasil realizou no dia 30 de Março, em S. Paulo, um Seminário para assinalar «100 anos da Revolução Russa e 95 anos do PCdoB», para o qual convidou o PCP e o PC de Cuba.
O Seminário teve lugar no Teatro da Universidade de S. Paulo e contou com a presença de muitas centenas de participantes que seguiram atentamente as contribuições dos diferentes intervenientes sobre os temas «Legado e lições da Revolução Russa», «Tendências da crise do capitalismo» e «A nova luta pelo socialismo no século XXI».
Intervindo no início dos trabalhos, a presidente do PCdoB, Luciana Santos considerou que «passados cem anos ainda é profundamente fecundo o estudo do que foi a Revolução Russa e da experiência de construção do socialismo na URSS», pelo que celebrar o centenário da Revolução Russa «é resgatar a memória de grandes conquistas dos trabalhadores e da sua luta para edificar a primeira experiência histórica de uma alternativa viável ao capitalismo» e «é pensar na contribuição dos comunistas para a formação do Brasil moderno e para as lutas pela soberania, desenvolvimento e progresso social». Evocando as inúmeras conquistas do socialismo, citou Álvaro Cunhal – «o século XX é o século do nascimento do socialismo» – e afirmou que «o tempo futuro é do socialismo», salientando que o programa do PCdoB coonsidera que a luta «é rumo à transição para o socialismo».
Luciana Santos, abordando a situação no país após o golpe que afastou uma presidente eleita e que pretende impor medidas contra os direitos dos trabalhadores e do povo e de submissão ao estrangeiro, valorizou a realização do Seminário e o «intercâmbio de ideias» que considerou uma «exigência da actualidade».
Os contributos dos diferentes intervenientes sobre a importância e o impacto mundial da Revolução de Outubro, sobre as suas conquistas e realizações e o papel da URSS no plano internacional foram de valorização, debruçando-se em particular sobre diferentes fases da construção do socialismo e os problemas que colocaram. As causas das derrotas do socialismo foram uma questão presente bem como as suas repercussões a nível mundial. A abordagem da crise estrutural do capitalismo assentou na problemática da financeirização da economia que se projecta no plano geopolítico e em pretensões hegemónicas.
O PCP participou na mesa subordinada ao tema «A nova luta pelo socialismo no século XXI» e focalizou a sua intervenção no carácter universal da Revolução de Outubro, valorizando as suas conquistas e realizações e o seu contributo para as profundas transformações sociais que marcaram o século XX. Simultaneamente, centrou-se no projecto de socialismo para Portugal, a partir da experiência revolucionária portuguesa.
O PCP esteve representado nesta iniciativa por Manuela Bernardino, membro da Comissão Central de Controlo.