Para nós, o semestre europeu representa o principal entrave ao nosso desenvolvimento.
Foram as exigências do euro, impostas através do semestre europeu, que estiveram na base de uma política de austeridade que representou para Portugal uma regressão de décadas em termos de investimento, de rendimento e de direitos sociais. Foram as regras do euro que estiveram na base de uma dívida que se tornou insustentável e que impediram políticas de relançamento da nossa economia com apoios efectivos a sectores produtivos fundamentais.
É o semestre europeu que está na base de uma operação em curso de chantagem intolerável à volta da nossa política orçamental. O relatório fala muito das recomendações por países. Mas estas são muito claras, exigem mais flexibilidade nas leis laborais, mais privatizações nos transportes e congelamento dos salários.
Não há racionalidade económica neste semestre europeu. O semestre europeu, com o falso propósito de apoiar os países na sua política orçamental, representa antes um instrumento destinado a impor uma agenda neoliberal ao serviço do capital e que os povos irão, mais tarde ou mais cedo rejeitar.