O Sr. Presidente da Comissão Europeia disse aqui que a resolução do problema do desemprego ainda vai demorar algum tempo. Será verdade, sim, sobretudo se se insistir obstinadamente nas políticas recessivas que destroem todos os dias milhares de postos de trabalho. Ainda ninguém conseguiu explicar como é que diminuindo salários, promovendo despedimentos, empobrecendo as populações e, assim, diminuindo a colecta fiscal, se irá conseguir criar empregos. É um contra-senso não inocente mas propositado. Feito à medida do objectivo de acumular rendimentos nos grupos económicos e financeiros.
Em relação ao relatório Gutiérrez Prieto, nada de novo. Os social-democratas cumprem o seu papel histórico de manter tudo na mesma, e os mesmos interesses protegidos, mas fingindo que algo muda. Mas está lá tudo escrito – a defesa da flexibilidade do mercado de trabalho contra a sua suposta rigidez – que podemos traduzir por direitos adquiridos dos trabalhadores , a defesa precisamente da consolidação orçamental que transfere os rendimentos dos trabalhadores para os privados, comprovado pelo aumento dos lucros em detrimento do peso dos salários nas economias – mas desta feita, tudo na mesma só que mais devagar – considera que a redução do custo do salário deve ser acompanhada de outras medidas, mas aceita-a, defende o aumento da idade da reforma.
A Governação Económica e o Semestre Europeu precisam de uma participação mais democrática. Os trabalhadores lutam contra todas estas políticas. Mas essa participação não interessa à maioria deste Parlamento, que a ignora.