A paz precisa de mais do que estes gestos mas estes gestos são fundamentais. Esta é mais uma acção das largas centenas de acções que se desenvolveram no país até agora. Nós não podemos deixar de ter em conta que amanhã assinalam-se seis meses de um massacre que está em curso, de um genocídio está em curso. Seis meses, parecem 40 anos, mas são seis meses da morte, do massacre, do genocídio que é preciso travar.
E é preciso travar, desde logo com estas acções. Mas fazendo uma coisa tão simples que é cumprir as resoluções das Nações Unidas, quer aquelas que com 30, 40, 50 anos, quer aquelas aprovadas há bem pouco tempo, aquelas que obrigam a um cessar fogo permanente. E é preciso dar sinais também políticos. É preciso que o novo governo que agora tomou posse e que vai procurar entrar em funções, assuma o seu papel.
Qual é que vai ser o seu posicionamento face a este genocídio que está em curso. Se vai continuar a apoiar aqueles que estão a provocar este genocídio ou se vai fazer aquilo que tem que fazer, que é de uma vez por todas, pôr-se ao lado do povo palestiniano e forçarpara acabar com este massacre, como esta guerra.
E há uma outra questão que é um sinal também político. Que é, de uma vez por todas, o Estado português reconhecer o Estado palestiniano. Nós apresentámos na Assembleia da República esta mesma proposta para que a Assembleia, mais uma vez, já depois de o ter feito em 2011, por nossa iniciativa, voltar a aprovar esta resolução que obrigue o Estado português a reconhecer o Estado palestiniano. Não resolve o problema, mas é um sinal de grande importância neste momento em que estamos.
Nós não abdicaremos de estar presente, de animar, de levar até ao limite da nossa força esta urgência deste apelo, pelo cessar-fogo imediato para salvar vidas, para acabar com este martírio, com este genocídio que já ceifou a vida a mais de 30.000 pessoas na Palestina, a grande maioria crianças e mulheres.
É preciso acabar com isto. É preciso acabar com a hipocrisia e o cinismo, que é aquilo que tem marcado toda esta situação no plano internacional, mas também aqui no nosso país.