Os trabalhadores da empresa Metalomecânica Projetos Industriais Beja, antiga Manuel Pires
Guerreiro, iniciaram ontem uma breve por tempo indeterminado, a reivindicar o pagamento de
salários em atraso referentes aos meses de janeiro e fevereiro e também o subsídio de natal. No
contacto que tivemos oportunidade de estabelecer com estes cerca de 40 trabalhadores ficámos
a saber que o que lhes é dito é que a empresa não tem problemas de encomendas, que até têm
aumentado, nem problemas financeiros, nomeadamente de acesso a financiamento.
Os trabalhadores estão disponíveis para terminar a greve assim que lhes sejam dadas garantias
dos pagamentos devidos e em falta uma vez que as sucessivas promessas de pagamento não
se têm cumprido.
Entretanto o dono da empresa proibiu a entrada do representante do sindicato nas instalações,
tem pressionado os trabalhadores para terminarem a greve e manifestou a intenção de os
substituir por outros trabalhadores do mesmo grupo empresarial como forma de cumprir os
prazos de entrega.
Estamos perante uma empresa aparentemente sem problemas, com encomendas e que está a
pôr em causa 40 postos de trabalho num distrito onde o número de desempregados é alarmante
e tem vindo a aumentar. Não há razões aparentes para que estes postos de trabalho não devam
ser mantidos com respeito pelos direitos dos trabalhadores, sendo que o direito a receberem um
salário que já ganharam, é de elementar justiça.
Posto isto, e com base nos termos regimentais aplicáveis, vimos por este meio e com carácter
de urgência, perguntar ao Governo, através do Ministério da Economia e do Emprego, o
seguinte:
1. O ministério conhece este problema?
2. Está o ministério ou alguma das suas estruturas a acompanhar o problema?
3. São do conhecimento do ministério dificuldades de ordem económica ou outras por parte da
empresa?
4. Como irá o ministério intervir para garantir que são respeitados os direitos dos trabalhadores?
Pergunta ao Governo N.º 2012-03-21
Salários em atraso na empresa Metalomecânica Projetos Industriais Beja
