Intervenção de

Risco de encerramento da Qimonda na Alemanha e perda de milhares de empregos na Europa

 

 

Neste importante debate que aqui estamos a realizar, é fundamental que se entenda que está em causa o futuro da estratégica indústria da nanotecnologia, a pesquisa e desenvolvimento de um sector fundamental para o futuro da sociedade de informação, de que o núcleo central e único local de pesquisa é o complexo da Qimonda, na Alemanha, com a sua fábrica de semi-condutores em Portugal.

A União Europeia não pode continuar a deixar destruir as suas indústrias, designadamente numa área estratégica, e ficar dependente dos EUA e de países da Ásia, que apoiam as suas indústrias. É lamentável que o Senhor Comissário Spidla tenha aqui demonstrado insensibilidade à questão da Qimonda e da sua produção.

São muitos os empregos envolvidos neste processo: cerca de 2000 em Vila do Conde, 5000 na Alemanha e mais de 5000 por todo o mundo, além dos milhares de empregos indirectos que seriam afectados nas empresas fornecedoras, nos centros de pesquisa e desenvolvimento de outros parceiros da Qimonda. É vasta a investigação ameaçada com o risco de encerramento da Qimonda na Alemanha e os respectivos reflexos que tal situação teria em Portugal. E é inadmissível que a Comissão Europeia não se empenhe nesta questão nos mesmos termos em que o fez com a banca.

É preciso ter presente que Vila do Conde está no Norte de Portugal, onde o desemprego mais cresceu, seja pelo encerramento de empresas no sector da têxtil e vestuário, seja pela deslocalização de multinacionais na área do calçado e das cablagens, entre outras, sendo hoje uma zona de grave risco social, se não forem tomadas medidas para travar o crescimento do desemprego e para garantir a produção.

Assim, é fundamental que se desenvolvam todos os esforços necessários, de todas as formas possíveis, a curto prazo, incluindo ajudas estatais, apoios financeiros comunitários e garantias de crédito, para manter uma indústria estratégica para a economia da União Europeia, e, a médio prazo, para desenvolver esta área industrial e criar mais empregos com direitos. É bom que a Comissão Europeia e os Governos dos nossos países entendam isto. Pela nossa parte, continuaremos esta luta.

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