Os últimos dados sobre a execução do fundo europeu de investimentos estratégicos confirmam as críticas que fizemos no seu lançamento.
Dissemos então que os factos eram irrealistas.
Dissemos que este plano não correspondia às necessidades de relançamento da economia.
Dissemos finalmente que este plano não era neutro porque, sem critérios de repartição geográfica, favorecia os países mais ricos e representava um autêntico banquete para as grandes empresas através das PPP.
Os números actuais mostram que a maioria parte do investimento se concentra nas regiões mais ricas e desenvolvidas do centro da Europa. Confirmam um quadro de gestão privada de infraestruturas de transporte e energia que deveriam ser públicas e colocadas ao serviço do desenvolvimento e não ao serviço da acumulação de lucros para as grandes empresas multinacionais.
Portugal está neste momento a zero no que toca à execução deste plano. E isto, apesar das políticas de austeridade terem reduzido drasticamente o investimento ao ponto de não cobrirem já sequer a depreciação do capital, comprometendo desde já o crescimento futuro.
Em vez de congratular-nos com resultados fictícios, designadamente em relação às PME, é tempo de pensar num verdadeiro plano de investimento público feito à escala de cada estado membro e garantindo assim a coesão social e territorial.