Num relatório que trata de "vizinhança", apetece dizer que com vizinhos destes (UE) mais vale mudar de casa... Mas como na geografia dos países essa possibilidade não existe, continuaremos a denunciar uma Política Europeia de Vizinhança cujo eixo central é a expansão do domínio económico da UE.
Não existem verbas para se aumentarem os programas e Fundos dedicados aos problemas sociais na UE e fora dela, mas existem - e aumentam-se - para políticas que não visam a promoção do respeito e interesse mútuos entre países, mas antes para conseguir a liberalização de investimentos, domínio de recursos naturais e mercados pelos grupos económicos das grandes potências da UE. Em momentos de crise de acumulação capitalista, esta política ganha redobrada importância e agressividade. E, por isso, aí está a maioria do PE a promover o apoio ao desenvolvimento de partidos políticos e à criação de ONG e de organizações da sociedade civil (que facilitem e promovam os seus interesses, está claro). Os ritmos e a dimensão dos lucros colossais que exigem grupos económicos e financeiros cada vez maiores são pouco compatíveis com governantes que possam - mesmo que pouco - defender os interesses dos seus povos.