No momento da aprovação do Acordo de Paris não se encontram reunidos os pressupostos que nos permitam supor poderem ser cumpridos os seus objectivos. Longe disso. Por muito ambiciosos que se apresentem estes objectivos, sem meios fiáveis que os permitam alcançar não podem ser levados a sério.
Esta é uma das grandes falhas de Paris. Pese embora a insistência de alguns países, nomeadamente da América Latina, na crítica aos mecanismos de mercado e aos mecanismos ditos de flexibilidade, estes estão no centro deste Acordo. São mecanismos que se revelaram perversos e ineficazes para a obtenção de reduções de emissões de gases de efeito de estufa. Mas que servem as perspectivas e negócio de alguns. É de negócio que se trata, não de objectivos ambientais!
Quanto ao financiamento da adaptação e mitigação, outra mão cheia de nada. A indisponibilidade para levantar barreiras como os direitos de propriedade intelectual mostra bem para onde irão os milhões do Fundo Verde, em nome da dita transferência de tecnologia..
O entusiasmo em torno dos resultados da COP21 deverá, por tudo isto e muito mais, ser moderado pela realidade dos factos.