Seguindo o inadmissível boicote à Autoridade Palestiniana decretado
pelo governo de Israel e pela administração dos EUA, na sequência das
eleições palestinianas, em Janeiro de 2006, a UE suspendeu igualmente a
sua ajuda financeira. Tal boicote representa de facto uma "punição"
para o povo palestiniano, pois contribui para a agudização da já grave
situação humanitária com que se confronta o povo palestiniano e para o
não funcionamento regular das instituições públicas palestinianas,
designadamente da sua administração pública. Não deixa de ser
incompreensível que, até ao momento, a UE coloque como condições para o
restabelecimento de relações com a AP, incluindo o reinicio do apoio
financeiro, o "compromisso com a não violência" - quando é Israel que
ocupa militarmente territórios palestinianos e reprime a população
palestiniana -, o "reconhecimento de Israel" - quando, de facto, é
Israel que não reconhece o direito do povo palestiniano ao seu Estado
soberano e independente - e o "respeito dos acordos e obrigações
anteriores, incluindo o Roteiro" - quando é Israel que não cumpre as
resoluções das Nações Unidas, os Acordos de Oslo e o próprio Roteiro,
e, entre outros inaceitáveis exemplos, continua a construir o muro
ilegal e a sua política de colonatos nos territórios palestinianos.
Assim pergunto ao Conselho: para quando o pleno restabelecimento de
relações com a Autoridade Palestiniana e o reinicio do apoio financeiro?