A maioria do PE, que integrou o PS, PSD e CDS-PP, reafirmou nesta
resolução a liberalização do comércio mundial, ou seja, a abertura dos
mercados à concorrência entre países com enormes disparidades nos
níveis de desenvolvimento económico, para gáudio e lucro dos grandes
grupos económico-financeiros. Mistificando que é pela liberalização do
comércio, no quadro da ofensiva do capitalismo, que será assegurado o
desenvolvimento, quando, pelo contrário, se têm acentuado a pobreza e
as desigualdades a nível mundial, tendência que piorará, como alerta o
PNUD, a continuarem as actuais políticas de liberalização.
Liberalização que significa o ataque a conquistas dos trabalhadores e à
soberania dos povos, a apropriação por parte das grandes multinacionais
dos recursos naturais e da biodiversidade, a destruição ambiental, o
aumento do desemprego, a ruína milhões de pequenos agricultores e o
colocar em causa da soberania e da segurança alimentares.
Impõem-se, por tudo isto, outra ordem internacional que, na base da
cooperação mutuamente vantajosa, dê resposta às necessidades de cada
povo, garantindo a efectiva fruição dos direitos mais elementares, à
alimentação, à saúde, à habitação, à educação, à cultura, ao lazer, ao
desenvolvimento pleno das potencialidades de cada Estado, respeitando a
sua soberania e promovendo a defesa do ambiente.
É tão só o que está em causa...