Poderá colocar-se a questão do porquê da Bielorrússia "ser o país com o maior número de resoluções do Parlamento Europeu a condenar o seu comportamento"? Alguns responderão que por causa de situações ligadas aos direitos humanos. No entanto, mesmo aceitando que assim seja, poderá perguntar-se porque não aprova o PE, com o mesmo entusiasmo, resoluções relativamente a outros países com situações que se poderiam considerar similares ou até mais graves? Será porque a Bielorrússia até ao momento resistiu às inaceitáveis exigências e ingerências dos Estados Unidos e das grandes potências da União Europeia? Será porque, ao contrário da generalidade dos países da região, travou e inverteu as privatizações de sectores chave da sua economia, apostando na agricultura e na sua produção nacional, melhorando as condições de vida da população, sendo o único País no espaço pós-soviético a restabelecer o PIB de 1990? Será porque a Bielorrússia está empenhada na criação de uma união de Estados com direitos iguais com a Rússia, com a qual tem um acordo de defesa colectiva? Será porque, afinal, estamos perante mais uma situação de dois pesos e duas medidas, à medida dos interesses estratégicos e das ambições de domínio económico dos EUA e dos seus aliados na Europa?