Serve a presente declaração de voto para salientar que, valorizando os
esforços de mediação encetados pelos países vizinhos, pela Comunidade
para o Desenvolvimento da África Austral e pela União Africana,
consideramos que caberá ao povo queniano a procura e definição do seu
caminho. Está nas mãos do povo queniano encontrar as soluções para
ultrapassar a actual situação que se vive no seu país.
Neste sentido consideramos negativa qualquer tentativa de intromissão
da UE, como indiciada e proposta na resolução, nomeadamente tendo em
conta os objectivos proclamados pela UE na sua "estratégia para África"
e o quadro de concertação/rivalidade inter-imperialistas relativamente
a este continente, que esta igualmente evidência e que tanto se fazem
sentir nesta região.
Por fim, apenas uma nota sobre a omissão na resolução quanto à
degradação e grave situação socio-económica neste país - que está na
raiz da expressão do descontentamento popular manifestado nas eleições
-, e às profundas responsabilidades das políticas neoliberais
promovidas, nomeadamente pelas instituições financeiras internacionais,
pelas grandes potências capitalistas e suas transnacionais, por esta.