Que interpretação dar à rejeição, pela maioria do PE, de alterações do nosso Grupo parlamentar que insistiam "no direito dos cidadãos da Bósnia-Herzegovina a decidirem eles próprios o futuro do seu país" e que solicitavam "a retirada, tão rápida quanto possível, de todas as forças militares estrangeiras" neste País? A Bósnia-Herzegovina é actualmente um protectorado ocupado por cerca de 7000 militares da NATO/UE e que está sob o controlo e o domínio de um Alto representante da ONU/UE com tão prepotentes e antidemocráticos poderes que o próprio PE o "convida" a utilizá-los com "moderação". É neste quadro que a maioria do PE, num acto de inadmissível ingerência e desrespeito pela vontade soberano dos povos deste País, defende que o Conselho e a Comissão Europeia se imiscuam no actual processo de reforma constitucional e que iniciem um processo negocial que tenha por objectivo a integração deste País na UE. Tendo, para o efeito, sido apresentado o caderno de encargos, onde se exige, por exemplo: "reformar e reduzir a rigidez do sistema de fixação dos salários, especialmente no sector público", "a aceleração do processo de privatização", "prosseguir as reformas e a liberalização do sector da energia" ou "prosseguir a reestruturação e a liberalização do sector ferroviário". O que é inaceitável.