Refere a resolução do Parlamento Europeu que se trata da "primeira missão militar de grande envergadura da União Europeia", com cerca de 7 000 efectivos militares. Outros acrescentam que se trata "sobretudo" de uma transferência de comando da NATO para a UE, "sem grandes alterações à composição das tropas no terreno". Escreve-se que tal "missão" reforçará a "preparação da eventual adesão da Bósnia-Herzegovina à UE". E, entre muitas outras coisas, aqui impossíveis de enumerar, lamenta o PE que os cerca de 71 milhões de euros, apontados oficialmente como custo da "missão", não sejam custeados pelo Orçamento comunitário. Dizemos nós que se trata de dar continuidade à ocupação militar deste país dos Balcãs pela NATO, agora através do seu pilar europeu/"UE", em processo de acelerada militarização "transatlântica". Parafraseando a mitologia grega, como com cinismo o fizeram os actuais senhores da guerra - responsáveis pelo horror dos seus efeitos -, dir-se-ia que "Marte", o deus da guerra, apoquentado com mais prementes preocupações - a guerra ao povo iraquiano -, deu à sua esposa, "Althea", a tarefa de cuidar da Bósnia-Herzegovina, mas sempre sob o seu braço armado "protector". São os povos e a paz que perdem.