Claramente criticamos as graves e irresponsáveis declarações do Presidente do Irão relativamente a Israel. No entanto, a resolução é elucidativa quanto à política de "dois pesos e duas medidas" que caracteriza a União Europeia. A resolução caracteriza-se pela visão parcial da situação no Médio Oriente, integrando aspectos que se inscrevem numa lógica de escalada da confrontação. A resolução, ao mesmo tempo que assume a acusação de que o Irão suporta o terrorismo, escamoteia as gravíssimas responsabilidades dos EUA, de Israel e da própria UE no agravamento da situação nesta região. Não são denunciadas as consequências da agressão e ocupação militar do Iraque, pelos EUA e seus aliados. A situação da Palestina é referida como um "conflito", branqueando a ocupação da Palestina e a violação mais brutal dos direitos fundamentais do povo palestiniano por parte de Israel. Exige-se ao Irão o cumprimento das suas obrigações internacionais no desenvolvimento do seu programa nuclear, não questionando o que se exige a outros países da região que desenvolveram programas e possuem armas nucleares. As declarações do Presidente do Irão contribuem apenas para tornar mais difícil a situação numa região completamente desestabilizada pela política de ingerência, guerra e domínio realizada pelos EUA, com o apoio dos seus aliados regionais e europeus.