Das importantes conclusões da Cimeira de Bruxelas, não posso deixar de realçar a adopção da "estratégia europeia em matéria de defesa" e da declaração sobre "as relações transatlânticas", as quais o PE partilha e se congratula, mas nós rejeitamos.
Talvez adoptados na convicção da finalização da CIG - e num momento em que os EUA excluem do "negócio" do Iraque alguns dos seus parceiros -, estes dois documentos são exemplares quanto às ambições das forças que dominam a UE - as grandes potências e o grande patronato.
Trata-se do apelo aos EUA no empenhamento numa "parceria" "equilibrada", procurando agir em conjunto e utilizando todos os meios, incluindo os militares, e da determinação da UE em consolidar as suas capacidades - pretendendo partilhar com os EUA a ambição do domínio do mundo.
A estratégia dita de "defesa" dá a doutrina, afirmando: "a primeira linha de defesa há-de, muitas vezes, situar-se no exterior", "devemos estar prontos a actuar antes de ocorrerem as crises", "temos de desenvolver uma cultura estratégica que promova uma intervenção precoce, rápida e, se necessário, enérgica", "devemos ser capazes de manter várias operações em simultâneo", "actuando em conjunto a UE e os EUA podem ser no mundo uma extraordinária força".
É o militarismo no seu melhor, pelo que votámos contra.