Existem nesta resolução muitos aspectos que valorizamos. Destacamos nela a denúncia da anunciada expansão dos colonatos por Israel em Jerusalém Oriental, bem como o reconhecimento da ilegalidade dos colonatos e o "apelo" à sua "suspensão imediata, total e permanente". Sublinhamos ainda a denúncia da retenção pelo governo israelita de receitas fiscais palestinianas e a "solicitação" da sua transferência imediata.
A linguagem utilizada é, no entanto, bastante condescendente para com as autoridades israelitas. É incompreensível que não sejam condenadas expressamente estas acções de Israel, que continua a violar de forma persistente todos os direitos do povo palestiniano. É incompreensível que não se refira uma só vez que estas acções são uma vingança das autoridades israelitas face à aprovação pela Assembleia Geral da ONU do estatuto de Estado observador não-membro das Nações Unidas. Que se tratam de acções reveladoras do desrespeito a que Israel continua a votar as sucessivas resoluções da ONU, as quais reconhecem os direitos nacionais do povo palestiniano, nomeadamente o direito ao estabelecimento do Estado da Palestina, soberano e independente, nas fronteiras anteriores a 1967, com Capital em Jerusalém Leste. Resoluções que exigem o fim e o desmantelamento de todos os colonatos e do muro de separação, o direito ao regresso de todos os refugiados palestinianos à sua pátria e a compensação do povo palestiniano por mais de seis décadas de ocupação.