Apenas algumas anotações sobre esta resolução do Parlamento Europeu sobre a situação na Geórgia:
A primeira, é que, apesar de constatar a degradação da situação
política e a repressão existente neste país, esta se inscreve em toda
uma dinâmica de ingerência por parte da UE, eufemisticamente designada
de apoio às "reformas políticas e económicas necessárias" e aos
"valores euro-atlânticos"...
A segunda, e em consequência da anterior, um reconhecimento dos
"progressos políticos, democráticos e económicos logrados pelos actuais
presidente e governo da Geórgia", quando o conteúdo da resolução é
expressão exacta do contrário e quando esta omite qualquer referência à
vaga de repressão há muito exercida contra as forças progressistas
neste país.
A terceira, é o facto da resolução escamotear que é a degradação da
situação socio-económica do país e das condições de vida da maioria da
população - com a quebra do rendimento e o desemprego - que está na
raiz da actual insatisfação social e da agudização de contradições
internas, que os interesses instalados procuram instrumentalizar e
manipular, aliás como fizeram no passado recente.
A última, é que face a tão significativos acontecimentos o PE "exorta"
e "exorta" o Presidente Saakasshvili e as autoridades georgianas,
quando por muito menos, "condenou" outros...