Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Reprogramação dos fundos estruturais para melhor combater o desemprego dos jovens e ajudar as PME

O anúncio de reprogramação dos fundos estruturais carece de clarificação e esclarecimento.

Este anúncio insere-se no exercício de retórica que procura esconder os efeitos desastrosos das decisões do último Conselho Europeu informal.

Falar de crescimento e de emprego jovem na mesma reunião que institucionaliza as políticas recessivas da dita austeridade, que defende mais liberalizações e os ataques em curso às leis laborais, para facilitar despedimentos, como sucede em Portugal, mais do que um exercício de retórica é uma suprema hipocrisia.

O presidente da Comissão Europeia anunciou que estavam disponíveis, para esta reprogramação, para o conjunto dos Estados-membros, 82 mil milhões de euros. Pois bem, mais de 40% deste montante - 34 mil milhões de euros - é quanto querem que o povo português pague em juros ao FMI e à UE, no âmbito do pacto de agressão em curso contra o país.

Mais do que uma reprogramação o que se impõe é um reforço substancial dos fundos estruturais, para fazer da solidariedade mais do que propaganda insultuosa; impõe-se o fim das políticas que asfixiam as PME e que elevam o desemprego a níveis nunca vistos; impõe-se o fim do intolerável processo de extorsão de recursos nacionais associado aos programas FMI-UE.

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