A resolução sobre a situação que se vive no Irão é uma oportunidade de demonstrar solidariedade com a luta do povo iraniano, que enfrenta as consequências da repressão aos protestos motivados pelos aumentos brutais dos preços dos combustíveis. Mas também poderia ser uma crítica às manobras dos EUA para ocupar e controlar este país, os seus inúmeros recursos e a sua central localização geoestratégica. Há uma ocultação do papel dos EUA na desestabilização do Irão, procurando isolá-lo e provocá-lo, para motivar uma intervenção. O rompimento do Acordo Nuclear ou a aplicação de sanções económicas e financeiras (que motivaram, aliás, o aumento dos preços dos bens de consumo) são sintomas de violência que não podemos deixar de salientar e de combater. Ao ocultar a responsabilidade do imperialismo americano na situação vivida atualmente no Irão, esta resolução torna-se, de certa forma, conivente com essa responsabilidade. É fundamental, pelo exposto, expressarmos a nossa solidariedade aos trabalhadores e ao povo iraniano: àqueles que sentiram recentemente a brutalidade do regime teocrático, que foram mortos, espancados e presos; e àqueles, como os comunistas que, há décadas na ilegalidade, sentem essa repressão