Este relatório insere-se na linha política da Comissão Europeia de dar toda a prioridade à política de concorrência, mesmo quando em nome desta se põem em causa direitos fundamentais dos trabalhadores ou se procede a privatizações, transformando, de facto, empresas públicas acusadas de serem monopolistas em autênticos monopólios privados e, muitas vezes, pondo em causa serviços públicos essenciais à melhoria da qualidade de vida da população, como tem acontecido em Portugal. A óptica social está completamente ausente do relatório, chegando mesmo a Relatora a afirmar que "ao examinar se uma determinada conduta restringe a concorrência, se deveria pôr a tónica no prejuízo causado à concorrência e não aos concorrentes; entende que os casos relativos à concorrência deveriam basear-se numa análise económica". Defende, igualmente, a concentração de empresas, incluindo as de grandes dimensões com o argumento da competitividade internacional, mas ignora quaisquer consequências sociais resultantes desta situação.Assim, o voto só poderia ser contra, como foi.