Neste relatório sobre os "progressos realizados pela Bulgária na via da adesão" são evidenciados os objectivos económicos/políticos subjacentes ao actual alargamento da UE.
É especialmente elucidativo o ponto sobre as questões económicas: "felicita a Bulgária pela sua economia de mercado", "encoraja o Governo a prosseguir o seu programa de reforma económica", "congratula-se com a importância crescente do sector privado" e "manifesta a sua preocupação quanto a qualquer adiamento ou anulação de procedimentos estratégicos de privatização poder reduzir a uma redução do investimento directo do estrangeiro". Ou seja, saúda-se o capitalismo e critica-se qualquer hesitação quanto ao processo de privatizações e a qualquer obstáculo à gula do grande capital dos actuais países da UE quanto ao controlo dos sectores estratégicos da economia deste país.
Cinicamente, o relatório "exorta a Bulgária a eliminar a necessidade de os nacionais da UE terem uma licença de residência permanente para desempenhar actividades económicas" ao mesmo tempo que nada diz sobre os inaceitáveis condicionalismos impostos a este país quanto à liberdade de circulação e de estadia dos seus nacionais em países da UE, mesmo após a adesão.
Já para não mencionar a referência que faz da adesão deste país à NATO, prevista para 2004 - sempre pré-condição implícita para a adesão à UE.