A adesão da Sérvia à UE será o corolário de um processo de ingerência, desestabilização e agressão da UE e da NATO na região dos Balcãs, que inclui o incitamento a tensões nacionalistas e étnico-religiosas, o ataque e devastação da Jugoslávia e a contínua interferência nos assuntos internos dos países da região, camuflado com o assédio da chamada vocação europeia.
O relatório foca-se na aplicação do conjunto de medidas de adequação institucional - a que se chama “reformas estruturais”. Reformas que não visam mais do que o alargamento dos mercados para as empresas europeias, a facilitação da exploração de mão-de-obra barata e o controlo geoestratégico da região, no âmbito da afirmação militar e imperialista da UE.
Apesar de mencionar algumas preocupações importantes, como o respeito pelos direitos das mulheres ou dos LGBT, o relatório salienta a necessidade de aprofundar a externalização de fronteiras, de reforçar a presença da UE e da NATO na região e a política de cerco e provocação à Rússia (cuja proximidade militar e económica à Sérvia é criticada). A adesão à UE deve resultar de uma decisão soberana de cada povo, com base num debate aprofundado e centrado na realidade (não em mitos) sobre as consequências dessa adesão.