Temos referido que a adesão à UE deve resultar de uma decisão soberana de cada povo, sendo que esse processo não deve sofrer qualquer ingerência externa e deve ser conduzido com base num debate livre e aprofundado, centrado na realidade (e não em mitos) sobre as consequências concretas dessa adesão. Não é, naturalmente, o que este relatório releva.
O processo de adesão da Macedónia do Norte passa pela sua submissão ao receituário de “reformas democráticas” e de liberalização de vários sectores da vida económica e social que visam facilitar a abertura de mercados e o domínio do grande capital europeu; passa pelo aprofundar do seu contributo para a externalização de fronteiras da UE ou para a crescente militarização da região, que este país materializou através da adesão à NATO; passa pela utilização do seu território na política de confrontação que o imperialismo aprofunda em particular com a Rússia, a China e o Irão.
A UE, enquanto expressão neoliberal, militarista e imperialista, visa expandir a sua influência, concretizando uma política útil para o grande capital que representa e os seus interesses geoestratégicos, mas que não é nem nunca foi de paz e cooperação. O que este relatório reflecte, com mais ou menos maquilhagem, é a concretização disso.